Resíduos grupo B: o que são, exemplos e cuidados no descarte
- Deyse Tatiane dos Santos
- 7 de ago.
- 6 min de leitura
Se você atua na área da saúde ou no setor de análises clínicas, já deve ter se deparado com dúvidas sobre como descartar certos produtos químicos, medicamentos vencidos ou substâncias que oferecem riscos tóxicos. É aí que entra a importância dos resíduos grupo B, uma classificação essencial quando o assunto é segurança sanitária, ambiental e jurídica.
Diferente de resíduos comuns ou até mesmo dos infectantes, os resíduos grupo B apresentam risco químico ou radiológico. E por isso exigem uma gestão muito mais criteriosa, que começa na separação correta e se estende até o transporte e a destinação final, sempre conforme a RDC Anvisa nº 222/2018.
Neste artigo, vamos esclarecer o que são os resíduos grupo B, mostrar exemplos práticos, explicar os riscos do descarte incorreto e orientar sobre como gerenciar esse tipo de resíduo de forma responsável. Seja você responsável técnico, gestor de clínica ou profissional da área, entender esse tema pode evitar multas, acidentes e problemas ambientais, além de garantir que seu negócio esteja dentro da lei.
O que são resíduos grupo B?
A classificação dos resíduos de serviços de saúde é definida pela Anvisa e pelo CONAMA para garantir que cada tipo de descarte tenha um tratamento adequado. Dentro dessa categorização, os resíduos grupo B são aqueles que apresentam riscos químicos ou radiológicos à saúde pública ou ao meio ambiente.
Eles incluem produtos e substâncias que possuem propriedades mutagênicas, teratogênicas, carcinogênicas, tóxicas, corrosivas, inflamáveis ou reativas, além de resíduos com presença de radionuclídeos. Justamente por isso, esse grupo exige atenção redobrada na manipulação, armazenamento e transporte.
A gestão dos resíduos grupo B deve considerar não só os riscos imediatos (como acidentes de trabalho ou contaminação de áreas), mas também os efeitos a longo prazo, como poluição do solo e da água, e danos à saúde humana em níveis sistêmicos. Por isso, o correto acondicionamento e o envio para tratamento especializado são indispensáveis.
Exemplos de resíduos grupo B
Na prática, muitos estabelecimentos da área da saúde geram resíduos grupo B sem perceber o risco que representam. É o caso de clínicas, consultórios, laboratórios, hospitais, drogarias e até unidades de estética. Esses resíduos estão presentes nas mais variadas rotinas e procedimentos, por isso, precisam ser reconhecidos com clareza.
Alguns dos exemplos mais comuns de resíduos do grupo B incluem:
Medicamentos vencidos ou contaminados (antibióticos, quimioterápicos, anestésicos);
Resíduos de produtos químicos utilizados na limpeza e desinfecção, como desinfetantes hospitalares;
Reagentes de laboratório que contenham substâncias tóxicas;
Materiais contaminados com mercúrio, como termômetros e aparelhos de pressão antigos;
Produtos de contraste utilizados em exames radiológicos;
Resíduos contendo metais pesados;
Substâncias inflamáveis ou corrosivas, usadas em processos odontológicos ou estéticos.
A correta identificação desses resíduos é o primeiro passo para evitar riscos. E vale lembrar que o descarte incorreto pode gerar autuações por parte dos órgãos ambientais e sanitários, além de comprometer a segurança de pacientes, profissionais e do meio ambiente.
Saiba mais sobre como funciona a coleta adequada desses resíduos em nosso artigo completo sobre lixo infectante em BH.
Quais são os riscos do descarte inadequado?
Ignorar as normas para o manejo de resíduos grupo B pode trazer consequências graves, tanto do ponto de vista legal quanto ambiental e de saúde pública.
Esses resíduos, por conterem substâncias químicas perigosas ou agentes radioativos, podem provocar:
Contaminação do solo e da água, comprometendo lençóis freáticos e fontes de abastecimento;
Acidentes com profissionais da limpeza e coleta, como queimaduras, intoxicações ou reações alérgicas;
Exposição da população a compostos tóxicos, muitas vezes de forma silenciosa e cumulativa;
Riscos ocupacionais dentro do próprio estabelecimento, caso o armazenamento e sinalização não sejam adequados;
E, claro, infrações sanitárias e ambientais, que podem resultar em multas elevadas, interdições e danos à reputação da empresa.
Por isso, mais do que uma exigência legal, o correto gerenciamento desses resíduos é uma forma de proteger vidas e o meio ambiente. E o primeiro passo para isso é capacitar a equipe, adotar um bom Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) e contar com parceiros especializados na coleta e destinação final.
Profissionais da odontologia também precisam lidar com resíduos químicos no dia a dia. Entenda mais sobre o assunto neste guia sobre POP para dentistas.
Como classificar corretamente os resíduos do grupo B?
A etapa de classificação é um dos pilares de um bom gerenciamento de resíduos. No caso dos resíduos grupo B, essa tarefa deve ser feita com base nas propriedades químicas e nos riscos associados a cada substância descartada. Mas, na prática, como garantir uma identificação correta?
Tudo começa com a capacitação da equipe. Profissionais de saúde, limpeza e apoio devem ser treinados para reconhecer as características dos produtos que utilizam, como toxidade, inflamabilidade ou presença de metais pesados. Além disso, é importante adotar rotinas padronizadas que evitem falhas.
O uso de fichas de segurança de produtos químicos (FISPQ), por exemplo, ajuda a identificar rapidamente os riscos de um determinado material. Já a etiquetagem correta das embalagens permite que a coleta e o transporte sejam feitos com segurança.
Outro ponto fundamental é manter uma separação clara entre os resíduos dos diferentes grupos. Misturar resíduos químicos com infectantes ou comuns pode comprometer todo o processo de destinação.
Por fim, o acompanhamento de uma empresa especializada faz toda a diferença. Ela poderá auxiliar não só na coleta e no transporte, mas também na elaboração de protocolos de descarte e na atualização das exigências legais.

Descarte inadequado: riscos e implicações legais
O descarte incorreto de resíduos grupo B não é apenas um erro técnico: é uma infração sanitária com sérias consequências. Esse tipo de resíduo, mesmo não sendo infectante, pode conter substâncias químicas, medicamentos vencidos ou produtos perigosos que oferecem riscos à saúde humana, ao meio ambiente e aos profissionais envolvidos na coleta.
Muitas vezes, estabelecimentos pequenos, como consultórios ou clínicas recém-abertas, subestimam a complexidade da gestão desses materiais. No entanto, os órgãos fiscalizadores, como a Vigilância Sanitária e os Conselhos Regionais, atuam de forma cada vez mais rigorosa. Multas, autuações, interdições e até responsabilizações civis ou criminais podem ocorrer quando não há um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) devidamente implementado e executado.
Além disso, o descarte inadequado pode comprometer a imagem do estabelecimento, prejudicar o relacionamento com a comunidade e até inviabilizar a renovação de licenças essenciais para o funcionamento regular.
Por isso, a regularização e a gestão adequada dos resíduos do grupo B devem ser vistas como um investimento em segurança, responsabilidade social e longevidade do negócio.
Por que a gestão dos resíduos grupo B é prioridade?
Encerrar a discussão sobre os resíduos grupo B apenas como uma obrigação técnica seria ignorar o impacto real que esse tipo de descarte pode causar. A verdade é que estamos falando de resíduos que, apesar de não serem classificados como infectantes, possuem riscos significativos, tanto do ponto de vista ambiental quanto da saúde coletiva.
Produtos químicos vencidos, substâncias reagentes, sobras de medicamentos e até cosméticos ou saneantes precisam de um destino correto, monitorado e registrado. É aí que muitas empresas acabam errando: acreditam que, por não haver material biológico evidente, esses resíduos não merecem o mesmo cuidado. Essa percepção leva a descartes em lixeiras comuns, esgotos ou contêineres inadequados, e é justamente nesse tipo de negligência que mora o problema.
Quando o gerenciamento é feito de forma adequada, com o suporte de uma empresa especializada, todos os processos são orientados por profissionais capacitados. A equipe responsável analisa os fluxos geradores, indica as lixeiras e sinalizações corretas, treina os colaboradores e ainda elabora toda a documentação exigida pela Vigilância Sanitária, como o PGRSS e os registros de coleta.
Mais que isso: investir na gestão dos resíduos grupo B demonstra compromisso com a sustentabilidade, ética profissional e responsabilidade social. Em um cenário em que a imagem institucional e a reputação contam muito, isso faz toda a diferença, seja na hora de renovar licenças, conquistar novos pacientes ou passar por uma auditoria com tranquilidade.
Por fim, é importante lembrar que o Brasil possui normas específicas que exigem o correto manejo desses resíduos. A RDC ANVISA nº 222/2018, por exemplo, estabelece critérios claros para o acondicionamento, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde. Ignorar essas regras pode resultar em sanções sérias, inclusive com repercussões jurídicas e financeiras.
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Se você chegou até aqui e reconhece a importância de lidar corretamente com os resíduos grupo B, saiba que não precisa enfrentar isso sozinho. A Soluções & Resíduos oferece todo o suporte necessário para garantir que seu estabelecimento esteja em conformidade, com confiança, agilidade e responsabilidade técnica.
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